No último sábado, 3 de junho, comemoramos o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil, doença que afeta milhares de crianças em todo o mundo. Esta já é considerada uma epidemia global e combatê-la, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é um dos principais desafios do século XXI, pois afeta diversas outras áreas da vida infantil e pode causar depressão, problemas com a auto estima, dificuldade no relacionamento social, e diminuição do potencial de aprendizado da criança.
Estudos mostram que crianças obesas apresentam uma tendência maior para desenvolver problemas psiquiátricos quando comparadas a crianças não obesas. E, como a obesidade infantil pode afetar a saúde da criança de diversas formas, mais de 2/3 destas crianças se tornarão adultos obesos e terão sua expectativa de vida reduzida.
Esse excesso de gordura corporal total nas crianças e os depósitos localizados de gordura estão associados ao desenvolvimento precoce de várias doenças degenerativas crônicas, tais como aterosclerose, doenças coronarianas, hipertensão e diabetes melito.
Pesquisas relatam que essas crianças desenvolvem alterações ateroscleróticas nas artérias coronarianas ainda durante a infância. Crianças de 10 anos de idade, portadoras de obesidade mórbida infantil, possuem artérias de pessoas de 45 anos e outras anomalias cardíacas que aumentam muito as chances de doença cardíaca. Em alguns casos, estas alterações podem evoluir para lesões obstrutivas, angina e infarto em poucas décadas.
Desordens ortopédicas também são comuns nestas crianças, e acontecem pela associação de vários fatores, como aumento da sobrecarga articular em conjunto com uma estrutura esquelética ainda em formação, diminuindo a estabilidade postural, aumento do gasto energético para realizar as atividades habituais, gerando dor e até degenerações precoces do sistema musculoesquelético. Todos esses fatores podem levar a criança a dificuldades de locomoção.
A obesidade infantil pode ter varias causas e, de longe, o fator mais comumente envolvido é o Nutricional, ou seja, péssimos hábitos alimentares.
O fator psicológico também é muito comum, pois crianças ansiosas acabam comendo mais. Dentre outras causas, o sedentarismo, alterações hormonais, causas genéticas e o uso prolongado de medicamentos, como os corticoides, podem provocar o aumento de peso.
Ao contrário do que pode parecer para os pais, crianças “cheinhas” nem sempre são saudáveis, e na maioria dos casos não são. A obesidade infantil não é benigna na criança, no adolescente ou em qualquer outra época da vida e pode gerar risco de morte. Ela precisa ser tratada.
Para um melhor resultado em seu tratamento, a criança obesa precisa ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar, ou seja: por profissionais de diversas áreas como médicos, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas.
Se você acha que seu filho está acima do peso, agende uma consulta com a gente. Um diagnóstico precoce pode evitar muitas das complicações que esta doença pode causar na criança.
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