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Renata Vasconcellos

Fisioterapeuta tira dúvidas dos seguidores — Drenagem Linfática e Bursite


Muitas pessoas sabem que há 1 mês a minha vida mudou. Me tornei mãe e precisei, claro, me afastar um pouco das minhas atividades profissionais. Então, como estou de licença para cuidar do Enzo, que nasceu no dia 2 de março, e não poderei me dedicar aos atendimentos pessoalmente, resolvi dar início a um bate-papo online, tirando algumas dúvidas dos meus seguidores no que diz respeito à minha área de atuação. Caso você tenha alguma dúvida, me escreva que eu tento esclarecer.

Recebi diversos questionamentos nas Redes Sociais e selecionei duas dúvidas para falar sobre os temas. Veja abaixo:

A primeira dúvida foi sobre os benefícios da Drenagem Linfática.

Um dos principais componentes do sistema imunológico é o sistema linfático, que é o sistema de drenagem do organismo. Suas funções são remover fluidos dos tecidos corporais, absorver ácidos graxos e levá-los para o sistema respiratório e produzir células imunes, visando manter o organismo regulado.

Na Drenagem Linfática manual, as manobras são suaves e superficiais, não necessitando comprimir os músculos, e sim mobilizar uma corrente de líquido que está dentro de um vazo linfático em nível superficial. Para tanto, a drenagem precisa ser realizada de forma suave, lenta e rítmica, sem causar dor, danos ou lesões aos tecidos do paciente. Ou seja: Drenagem Linfática não dói!

Eu recebo muitos pacientes falando sobre a dor que sentiram fazendo drenagem. Talvez isso aconteça porque alguns profissionais aplicam outras técnicas de massagem e utilizam o nome de drenagem, por ser a técnica mais famosa e comercial.

O efeito sistêmico da Drenagem Linfática pode ser observado em um pós-operatório em que os sintomas podem ser reduzidos pelo atendimento da fisioterapia através da drenagem linfática manual ou mecânica.

Observa-se rapidamente a diminuição do edema e hematomas, com favorecimento da neoformação vascular e nervosa, além de prevenir ou minimizar a formação de cicatrizes hipertróficas, retrações e queloides.

A técnica também traz muitos benefícios durante a gestação! Já até falei em um artigo sobre isso aqui no site. Resumidamente: a drenagem linfática na gravidez ajuda na diminuição do edema típico da gestação, melhora a circulação e colabora com o controle no ganho de peso.

Seja qual for o momento, o maior benefício da drenagem é a diminuição do linfedema (edema linfático - retenção de líquido) e isso pode ajudar também no tratamento contra a celulite. Recebo muitos pacientes com esse objetivo e sempre respondo a mesma coisa: a drenagem ajuda, mas sozinha não faz milagres. O combate a celulite deve incluir, principalmente, reeducação alimentar e atividade física.

A outra dúvida que selecionei é sobre bursite de quadril.

Para começar a explicar isso, primeiro é válido entender o que é uma bursa. As bursas são pequenos sacos de conteúdo gelatinoso que estão localizados nos ombros, cotovelos, quadris, joelhos e calcâneos. Eles contêm uma pequena quantidade de fluido e situam-se entre os ossos e tecidos moles, atuando como almofadas para ajudar a reduzir o atrito. Bursite é a inflamação da bursa.

A extremidade óssea lateral do quadril é chamada de grande trocânter. Este é um ponto de fixação para os músculos que movem a articulação do quadril. O trocânter possui uma bolsa sobrejacente bem grande que, ocasionalmente, torna-se irritada, resultando em bursite do quadril (bursite trocantérica). Essa não é a única bursa do quadril, mas é a que mais é acometida.

A causa mais frequentemente associada à bursite trocantérica é o microtrauma repetitivo causado pelo uso ativo dos músculos que se inserem no grande trocânter, que resulta em mudanças degenerativas dos tendões, dos músculos ou de tecidos fibrosos. Outros fatores de risco para a inflamação dessa bursa são a lesão no quadril (queda, por exemplo); doenças da coluna; artrite reumatoide; cirurgia (prótese de quadril, por exemplo); e esporão ósseo.

O diagnóstico é relativamente simples e o tratamento a princípio é conservador, incluindo mudança das atividades que causam dor, uso de anti-inflamatórios e fisioterapia. O grande diferencial — e é o que realmente vai fazer diferença no prognóstico e na recuperação — é a busca pela origem do problema. Saber qual desequilíbrio muscular ou articular está mantendo o padrão de sobrecarga em cima da bursa.

Há um senso comum que leva à ideia de que as pessoas terão que conviver com a dor, mas isso geralmente acontece quando o tratamento não foi adequadamente aplicado.

Raramente esse quadro evolui para um tratamento cirúrgico e, como sempre, a prevenção é a chave para evitar esse tipo de desconforto.

Evitar atividades repetitivas, perder peso (caso necessário) e manter a força e a flexibilidade da musculatura do quadril favorecem para um bom funcionamento dessa articulação, evitando as sobrecargas que podem gerar os sintomas.

Espero que eu tenha ajudado um pouco! Se você tiver qualquer pergunta, entre em contato que farei o possível para esclarecer suas dúvidas.

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