Muitas pessoas já sentiram uma dor incômoda na virilha sem saber do que se tratava. Conhecida também como Disfunção da Sínfise Púbica (DSP), a Pubalgia se caracteriza por dor na região púbica e, embora qualquer pessoa possa sentir, as queixas são mais comuns entre os atletas e também entre as gestantes. Isso porque durante a gravidez o corpo passa por alterações ao se preparar para o parto natural.
Dentre as diversas mudanças que acontecem no corpo de uma mulher grávida, está o relaxamento dos ligamentos pélvicos e o aumento da mobilidade articular. Essas dores são mais frequentes a partir dos 6 meses de gravidez devido à ação hormonal e ao deslocamento da pelve em função do relaxamento dos ligamentos, da mudança postural e do peso que o bebê exerce sobre essa zona.
No uso comum, a pelve é a parte do tronco posteroinferior ao abdome e é a área de transição entre o tronco e os membros inferiores. Anatomicamente, a pelve é um anel ósseo em forma de bacia, que une a coluna vertebral aos dois fêmures. Suas principais funções são a sustentação de peso, a transferência de peso para ficar de pé e para caminhar, e o ponto de fixação aos fortes músculos da locomoção e da postura.
A pelve é formada por três ossos: osso do quadril direito, do quadril esquerdo e o sacro. O osso do quadril é formado pela fusão de três ossos: ílio, ísquio e púbis. A parte envolvida diretamente na disfunção que vamos abordar aqui é o Púbis, que se localiza na parte anterior do osso do quadril e se une ao outro osso através da sínfise púbica (articulação cartilaginosa).
O disco interpúbico aumenta de tamanho e essa mudança aumenta a circunferência da pelve e contribui para aumentar a flexibilidade da sínfise púbica. Níveis aumentados de hormônios sexuais e o hormônio relaxina causam relaxamento dos ligamentos pélvicos durante a segunda metade da gravidez, permitindo maior movimento das articulações pélvicas, facilitando a passagem do feto. O relaxamento dos ligamentos ainda favorece a postura de hiperlordose adotada com frequência durante a gravidez com a modificação do centro de gravidade.
A dor normalmente se localiza na sínfise púbica (articulação que liga os dois ossos do quadril), podendo irradiar para a face interna da coxa e para o períneo. Além desse sintoma, pode aparecer também dor na parte inferior das costas, sensação de separação da pelve, dificuldade para andar e agravamento da dor com atividade física como subir escada, por exemplo, ou simplesmente se virar na cama.
Devido à origem do problema, o tratamento durante a gravidez se restringe muitas vezes a apenas minimizar os sintomas. Como opções para isso, pode ser usada uma cinta de apoio pélvico que ajuda a aliviar o desconforto e a retardar os sintomas ao “amparar” o peso do bebê sobre a zona pélvica e ainda: gelo e/ou calor local; acupuntura; osteopatia; e exercícios de Kegel (fortalecimento da musculatura do períneo).
Para ajudar a vocês, preparei três sugestões de exercícios que ajudam na Pubalgia:
1)
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É importante enfatizar que, por mais aguda que a dor possa se manifestar durante a gravidez, a pubalgia é um distúrbio leve, que não deve causar muita preocupação, pois trata-se de um ajuste natural do corpo à essa fase da gestação e não representa riscos para a saúde da mãe ou do bebê e, em geral, desaparece espontaneamente após o parto.
De qualquer maneira, na presença de algum desses sintomas, é recomendado conversar com seu médico para que ele possa te auxiliar e te encaminhar para o profissional que realizará o tratamento mais adequado.